segunda-feira, novembro 27, 2006

Após o Porre

Ele olha pra trás e percebe algo estranho.
O outro, ao lado, diz que não há com o que se preocupar.
A garota estremece.
O terceiro rapaz diz que estão em número maior.
Após alguns minutos adentram uma ruela mal-iluminada e de aspecto sujo.
Ele olha pra trás mais uma vez, agora, não há ninguém. Então brinca: “Eles vão te roubar, te estuprar!”.
Num relance percebe novamente algo estranho.
Param!
A surpresa.
Uma faca em direção ao estomago.
Outra a alguns metros de distância.
Levam um celular embora. Uma carteira. E o prazer de estar juntos aos amigos numa noite de domingo, quando ninguém mais quis sair, com medo. Medo que os quatro mastigaram e engoliram com goles de 51.
Depois vomitaram nos policiais para não serem barrados e ridicularizados na ocorrência. Ocorrência inventada.
Voltem pra casa agora. Está quase tudo certo. Podem ir.
Estavam longe.
E agora?
Vão andando por essas ruas, que não se calam nunca mas, ficam em silêncio, quando percebem algo errado. Mais uma vez?
Não pode acontecer duas merdas numa noite só.
No final das contas o porre tinha sumido.
Ficou a dor de cabeça, o vazio nos bolsos e a vergonha dos homens-da-lei, que nada fizeram pra ajudar dois bêbados sofridos que não tinham nada e mesmo assim perderam tudo que conseguiram numa noite.

1 Comments:

Blogger Fabio said...

Nós não temos nada além das lembranças e do sofrimento....Parceiras em tudo tudo!Mesmo qúe parceiras indesejadas.E você,Wagner,nunca esqueça que eu,enquanto vivo e esquisitamente bêbado,estarei aqui.

04:50  

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